Percorrer os corredores do campus da Universidade Federal de Rondônia (UFRO) é ter a impressão de retornar a 36 anos atrás, data de inauguração do prédio na BR-364, em Porto Velho (RO). Obstáculos começam já pelos passeios, com paralelepípedos quebrados e caminhos bloqueados, quando não por entulhos ou veículos de servidores que estacionam bem na entrada.
Próximo da cantina, o piso, que é a continuação do passeio para quem se desloca da avenida central, vem servindo como estacionamento por algum servidor. Diante disso, os alunos precisam contornar o automóvel caso queiram prosseguir a viagem.
A acessibilidade no campus da Unir para deficientes físicos e visuais está aquém do ideal. Está na lei: a acessibilidade é um direito fundamental e deve ser garantida a todos. Neste contexto, abrimos espaço para as justificativas da instituição, inclusive com sugestões para a melhoria. Segundo o governo federal, "a Lei nº 13.146/2015, também conhecida como Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, tem como principal objetivo a promoção da inclusão e plena participação das pessoas com deficiência na sociedade".
É preocupante a situação em que um cadeirante tem dificuldade em se locomover no campus e arredores da Unir. Essa falta de acessibilidade pode limitar severamente a participação e inclusão de pessoas com deficiência.
É fundamental que os passeios e calçamentos sejam devidamente mantidos e adequados, garantindo a acessibilidade de todos os usuários, incluindo pessoas com mobilidade reduzida. Calçadas danificadas podem representar sérios obstáculos para cadeirantes e outras pessoas com dificuldades de locomoção.
As chuvas nesta época do ano apresentam outro obstáculo no campus. No ponto final dos ônibus, o drama dos estudantes ocorre com as poças de lama. Como o local é de chão batido, o peso dos veículos afunda o solo, resultando no aparecimento de buracos. Sem um calçamento adequado, a situação piora.
O jeito é saltar as poças de lama para poder chegar ao veículo. "Tem motorista que para justamente em frente a uma delas. Não tem condições! Eles são pessoas bacanas, nos ajudam muito, principalmente quando estamos atrasados. Sempre existe um desatento. Fica a observação", diz uma estudante de geografia que pediu anonimato.
E falando em melhorias, a Unir precisa trabalhar em conjunto com os acadêmicos. Quem usa a estrutura diariamente pode avaliar a necessidade de isolar as paradas dentro do campus e, se possível, instalar ar-condicionado. As condições climáticas na Amazônia já não dispensam o que antes era considerado supérfluo.
O isolamento das paradas poderia impedir a exposição dos alunos às carapanãs que infestam o ambiente do campus da Universidade Federal de Rondônia. O risco de ser contaminado por malária e/ou dengue não é descartado. "Trago repelente. Não tem condições. Você está sentado e de repente elas estão te picando. Ir ao banheiro é constrangedor, tendo que ficar se abanando para afastar os insetos", explica.
Para todos os lados que se olhe, a estrutura predial do campus da Unir em Porto Velho pede socorro. Para alguns alunos, os cursos poderiam se destacar por conta de sua metodologia, mas a impressão é que seguem caminhos opostos. A urbanização é inexistente. Não há jardins, praças, nem sequer bancos para que os alunos contemplem o belo bosque que rodeia o campus. A manutenção da grama parece ser a única forma de embelezamento do ambiente.
As falhas identificadas são fatores que merecem a máxima atenção do reitor (a). Apenas desta maneira é que a instituição poderá figurar um dia entre as melhores universidades da Região Norte, infelizmente não é uma realidade no momento. Diante de tudo isso fica a pergunta. O que fizeram com essa instituição de suma importância para este estado?