Mesmo com a crise causada pelas intensas chuvas no Rio Grande do Sul, a administração federal assegurou a execução do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), conhecido como "Enem dos Concursos", programado para este domingo (5) em todo o território nacional. A declaração surgiu entre pedidos de postergação do exame no estado, que atualmente lida com uma situação de calamidade pública.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e vários parlamentares gaúchos sugeriram o adiamento das provas, dada a adversidade das condições locais. No entanto, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos assegurou em comunicado que "envidará todos os esforços para garantir, no Rio Grande do Sul, a participação dos candidatos, em diálogo com as autoridades federais, estaduais e municipais competentes".
Mais de 80 mil candidatos estão registrados para fazer o exame em dez cidades do estado, incluindo Santa Maria e Santa Cruz do Sul, que estão entre as mais impactadas pela tragédia. Foi informado pelo Ministério que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e as Forças Armadas estarão presentes para garantir a normalidade durante a execução dos exames. Isso inclui a liberação de rotas de acesso, mesmo com a presença de 141 pontos de bloqueio nas estradas que atravessam o estado.
O CPNU se destaca pela sua magnitude, evidenciada pelo número recorde de candidatos e locais de prova distribuídos por todo o Brasil. Com 2,144 milhões de candidatos inscritos competindo por 6.640 vagas em cargos públicos, disponibilizadas por 21 órgãos federais, o processo ocorre em 3.665 locais de aplicação e 75.730 salas.
Enquanto o governo federal mantém a decisão de prosseguir com o concurso conforme programado, o Rio Grande do Sul continua a contabilizar os estragos causados pelo temporal, com 29 mortes registradas, 60 desaparecidos, 4.645 pessoas em abrigos e outras 10.242 desalojadas, além de 154 municípios afetados.