Desde a semana passada, o ar em Porto Velho (RO) já não é mais puro. O amanhecer por aqui tornou-se acinzentado, e o Sol passa boa parte do tempo escondido entre a fumaça que toma conta da atmosfera.
"É terrível. Todos os anos a mesma coisa. Respirar é sentir a poluição entrando pelos pulmões. Incêndios urbanos e queimadas em plena floresta demonstram a insistência do homem em destruir o meio ambiente no período mais danoso da estação. O pior de tudo é que as pessoas sabem que as queimadas são proibidas. Mesmo assim, insistem", pontua o estudante universitário J.K.
Mesmo à noite, a fumaça permanece estacionada, escondendo o brilho das estrelas. Donas de casa reclamam da fuligem. O odor da fumaça é outro transtorno. Não tem como fugir.
Na segunda-feira, o "Google Maps" alertava para uma queimada de grande proporção entre Porto Velho e o Amazonas, na região onde estão os distritos do Baixo Madeira. Justamente nos locais em que reportagens investigativas denunciaram o desmatamento por grandes latifundiários, inclusive com políticos de Rondônia apontados como causadores dos danos ambientais nessa parte de Porto Velho. Até o momento, o problema persiste sem que as autoridades tomem qualquer providência.
Com a fumaça invadindo a área urbana, a situação coloca em risco a vida dos moradores, principalmente de quem vive na capital. Danos à saúde, como respiração comprometida, tosse seca, irritação nos olhos, estão entre as reclamações médicas que recomendam o uso de máscaras. O governo federal vem agindo, mas falta empenho dos governos estaduais para combater o problema e punir rigorosamente os criminosos que insistem em agir contra a lei.