Na última terça-feira, dia 30, o presidente Lula (PT) demitiu Alessandro Moretti, diretor-adjunto da AgĂȘncia Brasileira de InteligĂȘncia (Abin), possivelmente por intervenção do então ministro da Justiça, FlĂĄvio Dino. De acordo com uma reportagem publicada no site da revista Veja na segunda-feira, dia 5, Moretti causou desconforto no governo no auge das investigações da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do dia 8 de janeiro.
O segundo na hierarquia da Abin apresentou um relatório que poderia trazer problemas para o governo. O documento apontava responsabilidades ao Ministério da Justiça e ao chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Gonçalves Dias, pelos atos de vandalismo contra as sedes dos TrĂȘs Poderes.No fim das contas, tanto o relatório quanto o seu autor foram descartados.
"Desde o início do governo Lula (PT), Abin é fonte de intriga e desconfiança", afirma o texto da Veja.
A reportagem também mostra as manobras do Executivo dentro do órgão federal para isolar agentes de inteligĂȘncia. Os petistas estariam com medo de sofrer espionagem.
Segundo a matéria, o clima de desconfiança entre o governo e alguns agentes começou logo após a eleição presidencial. Cumprindo ordens de seu diretor-geral, Andrei Rodrigues, a Polícia Federal (PF) teria isolado os servidores da agĂȘncia.
O governo do PT bloqueou o acesso de um grupo de agentes à sede do governo de transição. Outra medida foi alterar a rede de internet e recusar os computadores fornecidos pelo órgão.
Isso porque, na gestão anterior, os agentes de inteligĂȘncia tinham vínculos com o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), sob o comando do general Augusto Heleno.
Esse fato também explicaria a decisão de Lula, em março, de transferir a Abin para a Casa Civil. As informações são da Revista Oeste.