Além da mulher que acusa Daniel Alves, outras cinco pessoas prestaram depoimento no primeiro dia de audiência: uma amiga e uma prima da denunciante, dois garçons e um porteiro da boate.
Daniel ouviu boa parte do julgamento com as mãos entre as pernas, sem algemas, e sentado em uma cadeira de frente para os três juízes. Um guarda esteve ao seu lado o tempo todo nessas primeiras horas de sessão.
Ao todo, serão três dias de julgamento, se encerrando na quarta-feira (7/2). Ainda não há prazo para o anúncio da sentença. O Ministério Público espanhol pede 9 anos de prisão, enquanto a defesa da suposta vítima queria uma sentença maior, de 12 anos. Até que a sentença seja dada, Daniel Alves permanecerá em prisão preventiva.
O atleta está preso desde o dia 20 de janeiro do ano passado. Ao longo do processo, ele deu várias versões diferentes, até admitir que houve relação sexual com a vítima. No entanto, o jogador afirmou que houve consentimento, o que é negado pela moça. Além disso, ele trocou de defesa e teve três pedidos de liberdade provisória negados, com a Justiça citando risco de fuga do país.
Depoimentos das testemunhas no primeiro dia
Além da denunciante, uma das amigas que estavam com ela na noite do ocorrido também prestou depoimento. Em lágrimas durante o testemunho, ela contou que a amiga saiu do banheiro "chorando bastante" e "de coração partido", afirmando aos amigos repetidas vezes que o jogador havia lhe feito "muito mal". A testemunha revelou, ainda que a mulher inicialmente hesitou em fazer a denúncia por crer que não acreditariam nela, mas resolveu ir à polícia dois dias após ser convencida pelos colegas.
A prima da mulher, por sua vez, disse que desde o início se sentiu desconfortável com a presença do jogador, relatando que ele a tocou em uma região íntima enquanto dançavam. Ela afirmou que viu o atleta se dirigir a uma porta que acreditou ser uma saída para o lado de fora da boate e disse para a prima "ir falar com ele". Minutos depois, o atleta passou pela mesma entrada de "cara feia". Depois, a jovem saiu dizendo que precisava ir para casa porque ele havia lhe feito "muito mal". Ainda de acordo com o relato da prima, a denunciante passou a tomar antidepressivos, não está trabalhando e apenas sai de casa quando a família insiste.
Os garçons que atenderam Daniel Alves naquela noite afirmam que o jogador já frequentou o local outras vezes e que não suspeitaram do comportamento do atleta. Eles confirmaram que havia uma garrafa de champanhe na mesa em que o brasileiro estava. O porteiro afirmou que viu a denunciante "chorando", mas não em um estado emocional alterado. Ele afirmou ainda que Daniel Alves passou "a dois metros" da vítima da suposta agressão sexual na hora de ir embora da casa noturna.
Ajuda financeira de Neymar
Com a repercussão da notícia de que Neymar tem ajudado, jurídica e financeiramente, na defesa de Daniel Alves, o camisa 10 da Seleção Brasileira se pronunciou sobre o caso, por meio de sua assessoria. Procurada pela Isto é Gente, a equipe respondeu de forma sucinta e afirmou que, por enquanto, não fornecerá detalhes: "Não temos nada a declarar no momento".
De acordo com o UOL, o pai do atleta enviou dinheiro para ajudar Alves — que está preso na Espanha, há quase um ano, acusado de agressão sexual contra uma mulher de 23 anos. O site ouviu três fontes próximas a Daniel Alves e descobriu que o valor enviado por Neypai foi usado para pagar uma multa de 150 mil euros (cerca de R$ 800 mil) à Justiça espanhola. O pagamento é chamado de "atenuante de reparação de dano causado" e pode ser usado para reduzir a pena, em caso de condenação.
O portal relatou, também, que o jogador nomeou como seu procurador, em 28 de junho do ano passado, Gustavo Xisto. O profissional é um dos contratados mais antigos nas empresas comandadas pelo pai de Neymar. Após assinar o documento, Daniel Alves tirou o comando de seus bens das mãos da ex-mulher, Dinorah Santana.