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Justiça determina transferência do autor da facada em Bolsonaro

Por Felipe Martins em 22/02/2024 às 22:23:06

A Justiça Federal acatou o pedido da DPU (Defensoria Pública da União) e determinou, nesta quarta-feira (21), que Adélio Bispo de Oliveira, autor do atentado a faca contra o então candidato à presidência da República Jair Bolsonaro, em 2018, retorne a Minas Gerais. Adélio está detido na Penitenciária Federal de Campo Grande (MS) desde 2018 e será transferido para receber tratamento ambulatorial ou internação em leito hospitalar no estado, conforme determinação judicial.

A defesa de Adélio argumentou que ele não deveria permanecer em um presídio, mesmo com estrutura médica, nem ser encaminhado a um manicômio judicial, em consonância com a lei antimanicomial. Segundo os advogados, a Resolução 487/2023 do Conselho Nacional de Justiça reforça essa norma, proibindo a internação de pessoas com transtornos mentais em instituições inadequadas.

A decisão judicial foi encaminhada à CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos), onde tramita um pedido de medidas cautelares em favor de Adélio e deve ser cumprida em até 60 dias. A DPU ressaltou que presta assistência jurídica a Adélio desde 2019, exercendo a função de curatela especial, conforme os direitos humanos e a defesa dos direitos fundamentais dos assistidos.

A Polícia Federal reabriu em outubro do ano passado as investigações sobre a facada que o ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu. Na época, a corporação trabalhava com a hipótese de haver um mandante para o crime. O caso ocorreu em setembro de 2018, em Juiz de Fora (MG), durante a campanha eleitoral do primeiro turno.

De acordo com fontes ouvidas pelo R7 na corporação, o delegado que conduz o caso, Martín Bottaro Purper, da Diretoria de Inteligência Policial, decidiu-se pelo novo depoimento para avaliar se elementos diferentes podem resultar em outra linha de investigação.

A intenção era saber se havia alguém por trás do atentado. Para isso, seria necessário obter autorização da Justiça Federal. Bottaro assumiu o caso no começo de 2023. Em outras duas investigações, a PF concluiu que Adélio agiu sozinho.


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