O requerimento que pede a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), na Câmara dos Deputados, para investigar denúncias de casos de abusos sexuais infantis na Ilha do Marajó, no Pará, já conta com 94 assinaturas. Desse total, quatro são de deputados de Rondônia: Cristiane Lopes (UB), Silvia Cristina (PL), Dr. Fernando Máximo (UB) e Coronel Chrisóstomo (PL).
O grupo se junta aos deputados Paulo Bilynskyj (PL-SP) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP) autores da proposta, bem como os outros coautores. O dispositivo precisa reunir 171 assinaturas, segundo o regimento interno da Câmara.
"Diante de tantas incertezas, a recorrência de denúncias e relatos abomináveis de exploração sexual infantil, fica instada a urgência de averiguação profunda e detalhada do caso em questão, uma vez que os direitos e a proteção das crianças e dos adolescentes brasileiros precisam ser salvaguardados", argumentam os parlamentares no requerimento.
"Assinei a CPI do Abuso Infantil da Ilha de Marajó. Preciso saber o que está acontecendo e o que estão querendo esconder de nós. Não seremos negligentes. Precisamos defender as nossas crianças", informou o deputado Chrisóstomo.
A deputada Cristiane Lopes disse que "o Marajó está clamando por ajuda e não podemos virar as costas para essa situação revoltante". "Hoje, mais do que nunca, é hora de agir. Por isso, ASSINEI a CPI da Ilha de Marajó. Cinco anos atrás a ex-ministra Damares Alves levantou essa pauta para alertar sobre uma rede de exploração sexual infantil na Ilha, mas suas palavras não ecoaram como deveriam. Não podemos permitir que essa terrível realidade seja negligenciada. É hora de encararmos os fatos e agirmos com determinação para proteger as crianças brasileiras", justificou a deputada Cristiane.
A DENÚNCIA
Neste mês, a cantora paraense Aymeê citou a situação de exploração infantil na Ilha do Marajó. Depois da apresentação, Aymeê fez um breve relato das tragédias e crimes que ocorreram em Marajó.
"Marajó é uma ilha a alguns minutos de Belém, minha terra. E lá tem muito tráfico de órgãos. Lá é normal isso. Tem pedofilia em nível hard. As crianças de 5 anos, quando veem um barco vindo de fora com turistas (a jovem se interrompe)
Marajó é muito turístico, e as famílias lá são muito carentes. As criancinhas de 6 e 7 anos saem numa canoa e se prostituem no barco por R$ 5?, afirmou Aymeê.