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Homem é acusado de fraude ao amputar as próprias pernas por seguro de R$ 6,5 milhões.

Investigação descobriu que taiwanês teria mergulhado as pernas em balde de gelo seco para amputar as pernas e obter dinheiro ilícito

Por Felipe Martins em 19/03/2024 às 16:50:43

Um taiwanês de 24 anos, de sobrenome Chang, foi acusado de fraude de seguro ao pedir o equivalente a R$ 6,5 milhões (ou US$ 1,3 milhão) de seguro após ter as pernas amputadas, como resultado de um congelamento de quarto grau provocado por ele, que causou necrose óssea e sepse.

O valor total das indenizações seria proveniente de oito apólices (contratos) de seguro diferentes feitas em cinco empresas, noticiou o blog "Page Not Found", do jornal Extra, com base em informações da revista "Newsweek".

Para receber as indenizações, Chang alegou ter se ferido enquanto andava de scooter à noite – alegações contestadas por quatro das cinco seguradoras, já que uma delas chegou a desembolsar o equivalente a R$ 35 mil.

Contudo, a farsa foi descoberta após a investigação do caso confirmar que as temperaturas não estavam frias o suficiente para queimaduras graves. Fotos do hospital também apontaram que Chang apresentava lesões simétricas, o que dificilmente ocorre em situações de congelamento como a alegada por ele.

A polícia também informou ter encontrado um balde com gelo seco usado por Chang e seu cúmplice que o mantiveram amarrado em uma cadeira com as pernas imersas por horas no recipiente contendo a substância.

Ainda de acordo com a investigação, fotos de Chang foram tiradas com as pernas no balde. A motivação para amputar as próprias pernas e receber a indenização, apontou a investigação, seria a de "conseguir dinheiro rapidamente" para fugir de "uma gangue que estaria atrás dele".

Chang, usando próteses, e o comparsa dele, Liao, foram presos e indiciados por fraude.

E no Brasil?

Um estudo recente da CNseg (Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização), representante do mercado segurador no Brasil, apontou que as fraudes comprovadas contra as seguradoras somaram R$ 824,9 milhões em 2022, o que representa aproximadamente 16,1% do valor dos sinistros (ocorrência do risco previsto no contrato de seguro que gera a indenização) suspeitos.

De acordo com o levantamento, os pedidos de indenização suspeitos totalizaram 11,4% dos R$ 44,7 bilhões pagos aos clientes, sendo que apenas 16,1% ficaram comprovados como fraude.

Na América Latina, as fraudes relacionadas a seguros resultaram em perdas anuais de aproximadamente US$ 50 bilhões, sendo a Argentina o país com maior incidência. Segundo a Fides (Federação Interamericana de Empresas e Seguros), cerca de 45% das contratações no país vizinho apresentam irregularidades.

As fraudes mais comuns são as consideradas de oportunidade, quando o segurado ou beneficiário recebe um valor a que não teria direito ou um valor superior ao devido, como, por exemplo:

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