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ORIENTAÇÃO: Educação em saúde é principal ferramenta no combate à gravidez na adolescência.

erviços de orientação sexual e métodos contraceptivos estão disponíveis na rede municipal de saúde.

Por Felipe Martins em 05/02/2024 às 12:47:23

A gravidez na adolescĂȘncia continua sendo um fator preocupante, impactando adolescentes e jovens, entre 10 e 19 anos, de maneira significativa. Com taxas variadas em diferentes regiões do mundo, o fenômeno implica consequĂȘncias físicas, emocionais, sociais e econômicas. Em Porto Velho, dos 6.127 partos ocorridos em 2023, 824 foram realizados em meninas dessa faixa etĂĄria.

Diversos fatores contribuem para a gestação na adolescĂȘncia. No entanto, a desinformação sobre saúde sexual e reprodutiva é um dos principais motivos. Por isso, a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) busca garantir o bem-estar de adolescentes e jovens, através da prevenção da gravidez precoce e também da proteção contra infecções sexualmente transmissíveis (IST).

A falta de orientação sexual no meio familiar e no ambiente escolar trazem riscos aos adolescentes (meninas e meninos) que vão além da gravidez não planejada. A evasão escolar, limitações profissionais, desemprego, rejeição familiar, mortalidade materna e nascimento prematuro estão entre os problemas provenientes de uma gravidez na adolescĂȘncia.

A enfermeira e subgerente do Programa de Saúde da Mulher da Semusa, Ana Emanuela, ressalta a importância de tratar sobre o assunto dentro de casa. "A maioria dos pais acredita que falar sobre sexualidade é falar sobre o ato sexual em si, mas não é bem assim. Falar sobre sexualidade é tratar sobre alterações hormonais, identidade de gĂȘnero, mudanças biológicas naturais que podem despertar o desejo sexual e, por isso, a necessidade desse diĂĄlogo entre pais e filhos como forma de prevenir e orientar meninas e meninos sobre uma vida sexual não precoce", afirma a subgerente.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a gestação nesta fase é uma condição que eleva a prevalĂȘncia de complicações tanto para a mãe quanto para o bebĂȘ, tendo em vista que, na maioria dos casos, o corpo da menina não estĂĄ preparado para a gestação.

"Além dos problemas socioeconômicos, a gravidez na adolescĂȘncia traz uma série de riscos à saúde. Como por exemplo partos prematuros, mortalidade infantil, aborto espontâneo ou inseguro, diabetes e hipertensão gestacional, hemorragia, anemia, retardo do desenvolvimento fetal e até mesmo depressão pós-parto. Isso acontece porque essa adolescente ainda não estĂĄ anatomicamente e fisiologicamente preparada para o processo de gravidez", frisa Ana Emanuela.

Ainda de acordo com a subgerente de Saúde da Mulher, para combater essa realidade é necessĂĄrio a união das famílias junto à saúde e educação. "A saúde tem trabalhado com ações voltadas para prevenir essa realidade, mas é necessĂĄrio, também, a união das famílias nesses esforços. Precisamos quebrar esse tabu de não falar sobre sexualidade com as crianças e adolescentes, entendendo e respeitando a fase da vida em que se encontram . Os pais devem conversar com seus filhos sem medo de despertar o desejo sexual, mas como forma de prevenir e orientĂĄ-los para uma sexualidade consciente, segura e saudĂĄvel", finaliza a subgerente.

A secretĂĄria-adjunta da Semusa, Marilene Penati, reforça que o planejamento reprodutivo é um aliado na prevenção da gravidez na adolescĂȘncia. "A Semusa trabalha com diversas ações que buscam orientar não só as adolescentes, mas também todas as mulheres, pois elas tĂȘm o direito de escolher quando e se querem engravidar, com o auxílio de métodos contraceptivos. O papel dos pais nesse processo também é muito importante, muitas vezes eles não querem enxergar aquelas crianças como possíveis meninas e meninos que engravidam. A gravidez na adolescĂȘncia traz uma série de riscos e, é observando esse contexto, que estamos trabalhando para intensificar ações que auxiliam no combate à gravidez indesejada e, principalmente, à gestação precoce", destaca a secretĂĄria.


MÉTODOS CONTRACEPTIVOS

Em Porto Velho, a Semusa disponibiliza o planejamento reprodutivo, um conjunto de ações preventivas e educativas que orientam homens e mulheres sobre concepção e contracepção. Os serviços de orientação sexual e métodos contraceptivos estão disponíveis, gratuitamente, em todas as unidades bĂĄsicas de saúde e no Centro de ReferĂȘncia Saúde da Mulher (CRSM).

Entre os métodos disponíveis estão o anticoncepcional injetĂĄvel, a pílula anticoncepcional, o Dispositivo Intrauterino (DIU), além dos preservativos feminino e masculino. A pílula anticoncepcional de emergĂȘncia (conhecida popularmente como pílula do dia seguinte) também é disponibilizada pela rede municipal de saúde, para todo o público feminino e não apenas para vítimas de violĂȘncia sexual.


SEMANA NACIONAL DE PREVENÇÃO DA GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA

A Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na AdolescĂȘncia, determinada pelo Ministério da Saúde, acontece entre os dias 1Âș e 8 de fevereiro e tem o objetivo de disseminar informações sobre medidas preventivas e educativas que contribuam para a redução da incidĂȘncia da gravidez na adolescĂȘncia.

No dia 22 de fevereiro, a Semusa promove o SeminĂĄrio de Prevenção da Gravidez na AdolescĂȘncia, com o tema "Adolescente, ser mãe ainda não!". O evento, destinado aos profissionais de saúde, assistentes sociais e educadores, conta com palestras e mesas redondas para a discussão da maternidade e paternidade precoce. Além disso, atividades itinerantes com rodas de conversas, entrega de materiais educativos e preservativos fazem parte da programação de combate à gravidez na adolescĂȘncia.













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