Na coluna de quinta-feira, abordei o conceito dos "snack movements". Sabemos que atividade física e boa nutrição são fundamentais para um envelhecimento saudável, mas por que é tão difícil abandonar o sedentarismo ou adotar bons hábitos alimentares? A questão também esteve na pauta do "Healthy Aging 50+: the Science of Healthy Living", seminário promovido pelo centro de longevidade da Stanford University que acompanhei na semana passada: Marily Oppezzo e Steven Crane, especialistas em programas de apoio a mudanças de comportamento, compartilharam dicas para conseguir quebrar o círculo vicioso que nos afasta do que nos faz bem.
"Por trás de um sucesso, há um longo rastro de fracassos, como migalhas num caminho", diz Oppezzo. "Acreditar que basta força de vontade é um mito que só atrapalha as pessoas. Invista em alterações no ambiente que auxiliem a viabilizar as mudanças positivas. Seu entorno tem que favorecer seus planos. E, em vez de um objetivo grandioso, comece com algo mais simples, para ter êxito e disposição para continuar".
Ela sugere o que chama de "três estados de espírito":
Crane aposta que, num futuro próximo, a tecnologia permitirá que tenhamos recomendações personalizadas a partir dos dados obtidos por um arsenal tecnológico: "já utilizamos relógios inteligentes e monitores de glicose, e haverá outros wearables valiosos, como adesivos de pele e lentes de contato. Tais dispositivos trarão informações detalhadas sobre o estado físico e emocional das pessoas. O passo seguinte será a curadoria dos dados coletados, uma tarefa a ser desempenhada pela inteligência artificial, criando um roteiro individualizado para cada um. Será possível notar o impacto positivo rapidamente, o que vai ajudar na adesão a rotinas mais saudáveis".