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Especialistas dão dicas para quem tem dificuldade em adotar hábitos saudáveis.

'Acreditar que basta força de vontade é um mito que só atrapalha as pessoas', diz Marily Oppezzo.

Por Felipe Martins em 19/02/2024 às 09:00:00

Na coluna de quinta-feira, abordei o conceito dos "snack movements". Sabemos que atividade física e boa nutrição são fundamentais para um envelhecimento saudável, mas por que é tão difícil abandonar o sedentarismo ou adotar bons hábitos alimentares? A questão também esteve na pauta do "Healthy Aging 50+: the Science of Healthy Living", seminário promovido pelo centro de longevidade da Stanford University que acompanhei na semana passada: Marily Oppezzo e Steven Crane, especialistas em programas de apoio a mudanças de comportamento, compartilharam dicas para conseguir quebrar o círculo vicioso que nos afasta do que nos faz bem.

Mudanças de hábitos para construir comportamentos positivos: o conselho dos especialistas é alinhar o bem-estar social ao bem-estar físico — Foto: Tumisu para Pixabay


"Por trás de um sucesso, há um longo rastro de fracassos, como migalhas num caminho", diz Oppezzo. "Acreditar que basta força de vontade é um mito que só atrapalha as pessoas. Invista em alterações no ambiente que auxiliem a viabilizar as mudanças positivas. Seu entorno tem que favorecer seus planos. E, em vez de um objetivo grandioso, comece com algo mais simples, para ter êxito e disposição para continuar".

Ela sugere o que chama de "três estados de espírito":

  1. Autocompaixão: "seja generoso consigo, ou acabará vítima de suas expectativas. Temos que driblar hábitos arraigados, todo o contexto no qual estamos inseridos e até uma noite maldormida que nos impede de tomar as melhores decisões".
  2. Criatividade: "melhor do que ser perseverante e tentar atingir o objetivo sempre do mesmo jeito, ainda que não esteja funcionando, é buscar outras formas que façam sentido ou sejam eficazes para você. Tem gente que se motiva tomando atitudes para forçar uma ruptura do padrão: por exemplo, comprando uma passagem de avião porque morre de medo de voar. Há quem se puna financeiramente quando não atinge suas metas".
  3. Curiosidade: "leia, se aprofunde no assunto. Seja seu próprio "cientista" e pesquise o que funciona para você".

Crane aposta que, num futuro próximo, a tecnologia permitirá que tenhamos recomendações personalizadas a partir dos dados obtidos por um arsenal tecnológico: "já utilizamos relógios inteligentes e monitores de glicose, e haverá outros wearables valiosos, como adesivos de pele e lentes de contato. Tais dispositivos trarão informações detalhadas sobre o estado físico e emocional das pessoas. O passo seguinte será a curadoria dos dados coletados, uma tarefa a ser desempenhada pela inteligência artificial, criando um roteiro individualizado para cada um. Será possível notar o impacto positivo rapidamente, o que vai ajudar na adesão a rotinas mais saudáveis".

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