A situação da segurança pública chegou a um ponto alarmante. Mesmo com a polícia mobilizada em operações nas ruas, as facções criminosas (FCs), que hoje atuam quase como uma religião, estão extremamente organizadas e possuem um contingente impressionante. Elas têm capacidade de manter ataques contínuos por meses, mesmo com prisões e mortes de seus membros. É como se fossem "moscas na sopa": estão presentes em todos os bairros, coordenadas e seguindo uma espécie de "lei geral", que lhes dá condições e disposição para agir. O "salve geral" que receberam deixa claro: continuarão atacando, mesmo com risco de morte.
Essa situação é preocupante e reflete o nível de descontrole atual. Quando as autoridades finalmente reconhecerem a gravidade do problema, será difícil evitar a necessidade de negociação com essas facções, algo difícil de admitir publicamente.
Os impactos dessa crise já são sentidos no cotidiano da população. O comércio local está sendo gravemente afetado: lojas fecham mais cedo, o transporte público funciona de forma limitada, e o medo domina as ruas. A circulação de pessoas foi drasticamente reduzida, criando uma atmosfera semelhante à de uma pandemia, com toques de recolher e a população evitando sair de casa além do essencial.
O que desencadeou essa situação foi o avanço da facção Comando Vermelho (CV), que, após anos de guerra com a rival Primeiro Comando da Capital (PCC), conseguiu dominar cerca de 90% do território em Rondônia. A polícia, ao perceber a fragilidade do PCC, aproveitou para desmantelar o grupo, espalhando seus membros e retomando territórios, como ocorreu na região do Morar Melhor.
No entanto, ao tentar repetir a estratégia contra o CV, as forças policiais se depararam com uma facção altamente organizada e disposta a revidar. A guerra entre policiais e o CV se intensificou, e os membros remanescentes do PCC acabaram aderindo à luta, criando um cenário caótico.
O resultado é uma verdadeira guerra urbana, com consequências devastadoras para a sociedade.
DennisOliveira - Jornalista